segunda-feira, 10 de junho de 2013

A Estética do CineTrabalho


O projeto CineTrabalho possui um estilo de produção e apresentação do registro audiovisual do mundo do trabalho. Trata-se do que poderíamos considerar uma estética da pessoa humana que trabalha. Por isso, nos vídeos produzidos pelo CineTrabalho a narrativa pessoal se impõe. Coloca-se o primado da fala do sujeito humano, sua expressão audiovisual falando de si e de sua experiência vivida. Somos sujeitos humanos na medida em que narramos nossa experiência vivida para o Outro. Somos sujeitos humanos na medida em que ouvimos a fala do Outro e refletimos sobre ela, numa perspectiva crítico-radical. No mundo do capital, homens e mulheres que trabalham e seus dramas humano-pessoais estão envolvidos na alienação cotidiana. Alienados de si e dos outros, o homem que trabalha vive imerso no mundo da pseudo-concreticidade, isto é, mundo da imediaticidade incapaz de refletir sobre a sua condição de proletariedade. Ele está alienado também da sua narrativa pessoal e da fala a respeito de si e do mundo histórico em que vive. Encontrar um espaço para si e um espaço para falar de si e de sua experiência pessoal é um momento de “agrietar", palavra espanhola para produzir rachaduras (como diria John Holloway, autor de “Agrietar el capitalismo"), produzir rachaduras na pseudo-concreticidade da vida cotidiana. Falar de sua experiência laboral é um momento de resgate da pessoa humana. Por isso, a estética do CineTrabalho tem que ser a estética de resgate da pessoa humana soterrada pela alienação da vida cotidiana no mundo do fetichismo da mercadoria. O foco está na pessoa humana que trabalha e sua história de vida/história do trabalho.


- Posted using BlogPress from my iPad

Nenhum comentário:

Postar um comentário